sábado, 17 de maio de 2008

Não sou nada


Assisto a vida passar pela janela.
Sinto a dor que cresce com as árvores.
Beijo a boca que xinga minha fala,
E penso: não sou nada.

Choro na chuva que lava meus pecadosl
Pisa na grama que enterra meus mortosl
Rezo para os demônios que invoquei,
E penso: não sou nada.

Faço de conta que sou feliz.
Agrado quem pensa que me conhece.
Tento não cortar os pulsos antes do anoitecer,
E durmo pensando: não sou nada.

Um comentário:

Eider Cruz disse...

Muito bom, Gabriela, muito Bom!

"[...]Choro na chuva que lava meus pecadosl
Pisa na grama que enterra meus mortosl
Rezo para os demônios que invoquei,
E penso: não sou nada.[...]"

Tanta ação e uma só conclusão: não sou nada.