domingo, 9 de maio de 2010

Nothing to do

Chorar até que acabem minhas lágrimas
E depois chorar até que vertam lágrimas de sangue.
Morrer chorando pela dor que me consome a alma
Dor que confunde meus sentidos
Que me cega a tal ponto
Que tudo que vejo é um borrão vermelho na frente dos meus olhos
Dor essa que fez putrefato tudo que está a minha volta
(cheiro de sofrimento, cheiro de morte)
Dor que me desmembra, dor que me enlouquece
Dor e solidão que me mitigam
Solidão que me constrange a ponto d'eu não poder sair na rua
Neva dentro da minha alma
(e meu coração, que já é de pedra, congela)
Alma escura povoada de pesadelos e demônios
Morta e totalmente sozinha
Vago pelo imenso breu da moral
Assassino fantasmas para sobreviver a mim mesma
Eu sou minha própria esperança
Esperança fada a falhar
Vítima do mal, vítima daquilo que não compreendo
MEus outros Eus caminham sorreteramente tentando destruir-me
Vertigem da luz
Negro modo de morrer
Morrer de medo
Morrer de dor
Observam-me de longe
Dilaceram-me de longe
Matam-me de longe
Sangro!
Apenas para descobrir se ainda estou viva
Respiro
Respiro o mal, inspiro dor
Nobres sentimentos
Que perpetuam nossa indecência.
O crime dos inocentes
Incendeia o crepúsculo
Profanar o que é belo
Para matar o que é mau.
Não temos salvação
Sepulturas sem nome
Pessoas sem identidade
Prelúdio de guerra
Não quero meu nome sujo de sangue...
Não saber, nunca saber
Fechar os olhos
Para evitar ver o que é bom
Sufocar o que é puro
TRIUNFAR SOBRE NOSSA LAMA!!!!!!

Soneto da Despedida

Tenho segredos que não te contei
Há coisas que ficaram no ar
Dores eternas que nós criamos
Para a última vez que te bejei.

Preciso acordar de nossos sonhos
Das palavras mudas entre nós dois
São precipícios ondem jazem amores mortos
Povoados de corvos elarvas infelizes


Desejos e destinos incertos
Almas vazias, lábios secos, desertos de nós
Anjos mudos entre nossos restos

Queria te contar sobre meu dia
Mas só tenho teu espectro
E uma voz perdida que ecoa dentro de mim