quinta-feira, 19 de junho de 2008
Amor de menina
Escrevi teu nome bem apertadinho
no canto do caderno
Para ninguém meis ler
Ainda escrevi ao inverso
Para enganar a todos...
E também a ti
Às vezes, me pergunto,
Como não lês em meus olhos
a confissão do meu amor
Amor de menina, amor puro
Amor que se escreve nas flores
Desses que não mais se vê
Amor que existe além das palavras
Que suspira e se encanta
Amor de verdade, amor inocente
Amor que ainda cora e se envergonha
Que se contenta en só existir
Esse é o meu amor por ti
Cor-de-rosa e com gosto de tutti-frutti.
terça-feira, 17 de junho de 2008
Eclipse
Eu, mulher do subsolo
Ele, sr. Esperança
Eu, perdida, suja, prostituida
Ele, puro, translúcido, virgem
Eu, trevas
Ele, luz, imensidão
Eu, fim
Ele, começo.
Eu, a destruição dele
Ele, minha construção
Eu, que morro todo dia
Eu, que padeço de dor
Que invejo a felicidade
Que sofro calada a minha morte.
Ele, que é cinzas e Fênix
Ele, que suspira de alegria
Que ama a tudo e a todos
Que se revela e se despe
e explode em sua grandiosidade
Ele, amante e cálido
Eu, fria e desinteressada
Ele, tão verdadeiro, tão sublime
Eu, nada
Eu, morte
Ele, vida
Sol e Lua
Só nos resta o Eclipse.
Deslugar
Tem um homem no telhado
Tem uma borboleta no teto
(E um elefante rosa também)
Há guarda-chuvas no chão
(muitos e de todas as cores)
Há sapatos na janela
Livros no lixo
Cadeiras sobre as mesas
Inocentes em prisões
A grama é cinza e dura
(assim como as pessoa)
Os homens estão nas latas
Os peixes morreram afogados
A cozinha foi inyndada
Os sonhos ficaram no armário
Todas as almas têm furos
As fantasias são cinza-grafite
Os amores, quadriculados
(em branco e preto)
O céu ficou vermelho-sangue
O mas agora é marrom sujo
e eu perdida, tão perdida
Que nem a morte me resta
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