domingo, 9 de maio de 2010

Nothing to do

Chorar até que acabem minhas lágrimas
E depois chorar até que vertam lágrimas de sangue.
Morrer chorando pela dor que me consome a alma
Dor que confunde meus sentidos
Que me cega a tal ponto
Que tudo que vejo é um borrão vermelho na frente dos meus olhos
Dor essa que fez putrefato tudo que está a minha volta
(cheiro de sofrimento, cheiro de morte)
Dor que me desmembra, dor que me enlouquece
Dor e solidão que me mitigam
Solidão que me constrange a ponto d'eu não poder sair na rua
Neva dentro da minha alma
(e meu coração, que já é de pedra, congela)
Alma escura povoada de pesadelos e demônios
Morta e totalmente sozinha
Vago pelo imenso breu da moral
Assassino fantasmas para sobreviver a mim mesma
Eu sou minha própria esperança
Esperança fada a falhar
Vítima do mal, vítima daquilo que não compreendo
MEus outros Eus caminham sorreteramente tentando destruir-me
Vertigem da luz
Negro modo de morrer
Morrer de medo
Morrer de dor
Observam-me de longe
Dilaceram-me de longe
Matam-me de longe
Sangro!
Apenas para descobrir se ainda estou viva
Respiro
Respiro o mal, inspiro dor

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